segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

ESTRESSE-CONHECIMENTO DAS ALTERAÇÕES

Não é apenas o ser humano que pode sofrer de estresse. Essa palavra, tão comumente usada nos dias atuais, não é nenhuma novidade no mundo animal.
   Sob condições adversas, tais como: transporte, mudança de ambiente ou na rotina da casa, morte do dono ou na família e viagens, os animais podem reagir com mudanças fisiológicas e/ou comportamentais.
Alguns animais apresentam diarréias quando voltam do banho em petshops. Por melhor que seja o tratamento oferecido, para esses animais a situação gera estresse capaz de causar-lhes diarréia. Nesses casos, é aconselhável que o dono acompanhe o animal durante o banho.
   A introdução de um novo animal na casa pode ser um fator estressante para outro que já viva no ambiente, independente da espécie. A reação pode ser comportamental, com sinais que vão da agressividade à apatia, ou fisiológicos, com vômitos, diarréia ou perda de apetite.
   A morte do dono é uma situação extremamente estressante. Muitos animais se recusam a comer por vários dias e perdem o interesse por tudo que os cercam. Há casos em que o animal chega a adoecer e até mesmo morrer, logo após a morte de seu dono. Notamos que esses animais não demonstram reação positiva ao tratamento, nos dando a impressão de total desinteresse por viver. O transporte é uma das grandes causas de estresse em peixes, aves e répteis, podendo levar à morte muitos animais. Transportar um animal de uma dessas espécies requer cuidados especiais e condições que minimizem o estresse como: temperatura certa e caixas de contenção apropriadas.
   Mudanças ambientais também causam estresse nos animais. Nas espécies mais sensíveis como répteis, peixes e aves, alterações bruscas na temperatura, mudança na alimentação ou local onde o animal viva, são fatores estressantes.
   Em cães e gatos, a ausência do dono, diminuição do tempo ou frequência dos passeios, mudança de um empregado da casa, obras ou reformas ou situações em que o dono passa menos horas com o animal, podem causar estresse.
   Na maioria dos casos, retirando-se a causa do estresse, o animal volta à sua vida normal. O estresse não é uma "doença" nos animais, mas um estado bastante comum. Ele pode sim gerar queda de resistência no organismo e levar a uma doença.
   Silvia C. Parisi
    Médica Veterinária - CRMV SP 5532
O gato sofre de estresse quando se sente inseguro, ameaçado, doente ou até mesmo entediado.
E as razões são muitas: gatos não gostam de ver ou de sentir a presença de um animal próximo a seu território; não gostam de mudanças em casa, como uma reforma ou a aquisição de novos móveis, ou mesmo uma nova casa; têm pavor de barulhos altos; são arredios a donos hostis; demoram a se acostumar com novas pessoas em casa e temem visitas.
O professor Carlos C. Alberts, especialista em comportamento de felinos, da Unesp de Assis, SP, explica que a ansiedade do gato vem do conflito entre sua adaptação doméstica e sua origem selvagem. "Por um lado, o gato tem comida e abrigo oferecido pelo dono, mas, por outro, precisa exercer uma parte de seu comportamento fora de casa", explica.
      "Quando estão na rua, os gatos domésticos de estimação encontram outros gatos, estabelecem relações     sociais com eles, caçam, procuram comida, fazem a corte, os machos exercem sua territorialidade e as fêmeas, sua hierarquia", exemplifica.
       "É bastante possível, do ponto de vista comportamental, que a falta de atividades fora de casa cause estresse", diz.
   Para o comportamentalista Alexandre Rossi, "é como se os gatos fossem programados para levar um tipo de vida - se são colocados numa situação diferente, reagem".
Isso vai de um estímulo desagradável para o gato até a falta completa de estímulo, ou seja, o tédio. Por isso, é importante suprir essas necessidades com um enriquecimento ambiental.
      "Quem mora num apartamento pequeno, por exemplo, pode dispor de uma janela para o gato olhar a rua, oferecer brinquedos, trazer cheiros diferentes e esconder comida pela casa", detalha Rossi.
As causas mais comumente associadas ao estresse do gato estão identificadas nas páginas a seguir, junto com algumas lições para minimizar os efeitos.
Se você tiver a oportunidade de conviver com o gato desde os primeiros dias de vida, a socialização irá deixá-lo mais seguro e pronto para novas situações ao longo de sua vida.
Caso isso não seja possível, duas lições valem para quase todas as situações de estresse:

1) o gato deve ter um esconderijo seguro, de preferência em lugar alto, e com os acessos sempre livres;
2) a caixa de transporte deve ser um ambiente agradável para ele, talvez até o lugar onde durma e, de vez em quando, receba petiscos.

   Se o seu gato apresentar sinais de estresse de vez em quando, você não precisa ficar tão preocupado.
"Um pouco de estresse não fará mal nenhum ao gato; o que não pode acontecer é o estresse contínuo", aconselha o comportamentalista Alexandre Rossi, complementando que uma situação prolongada pode levar o gato à automutilação ou à rouquidão pelo miado excessivo.
"No caso de conflitos graves, procure um profissional da área de comportamento animal", acrescenta o veterinário e etólogo Mauro Lantzman, de São Paulo
.   Entre esses sintomas estão os miados constantes, a apatia e, principalmente, a agressividade.
Se os sintomas que você caracterizar como estresse persistirem e se não houver uma causa definida, para a mudança de comportamento de seu animal,  procure um veterinário rapidamente.